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domingo, 23 de dezembro de 2012

Um telefonema

Você tá cansada de fugir. Você dá voltas e voltas e sempre volta para o mesmo lugar de antes. Você corre e para no meio do caminho e olha para trás e você tem medo de continuar. Então, por que não olha pra frente?  De que ou de quem você está com medo garota?  Eu sei, você cansou de fugir, e isso não está te levando a lugar algum.
 É, você diz para todos que tudo está difícil, e eles apenas dizem que isso tudo é besteira, que é bobagem ou coisa do tipo. Você se vê perdida, não há mais nada para tentar explicar. No meio da noite você recebe um telefonema da sua melhor amiga, ai você conta pra ela tudo o que houve, tudo o que disseram para você, mas ela apenas disse que isso iria passar e  que era para você seguir em frente e não se importar com o que dizem. Tá legal, ela tentou te ajudar, mas não deu muito certo. Ninguém te entende, nada nem suas músicas fazem mais sentido , nada mais...
  A noite pesou, o travesseiro era muito ruim, a cama não era mais aconchegante como antigamente, mais ai que tá, era sua cama, seu travesseiro, seu quarto, sua casa, sua noite. Tudo o que você queria era um abraço, um aperto de mão, um telefonema da vida antiga, somente uma mensagem para  você retornar a dormir. Tudo iria se encaixar, tudo iria voltar ao normal, apenas em partes e você menina sabia disso.
  Você levanta no meio da noite, percorre sua casa inteira, chora, olha o céu, olha a hora já é muito tarde, todos estão dormindo. Você volta e entra no quarto dos seus pais, observa  eles dormindo e lembra por um instante que seus pais faziam a mesma coisa com você. Você queria acordar seu pai e dizer: Pai estou com medo, posso dormir aqui esta noite, só essa?? Mais você não tem mais coragem o suficiente de acorda-los como antes, e volta para o seu quarto, você deita, se abraça e dorme. Ninguém sabe ou soube de nada, na manhã seguinte, tudo volta a ser como antes.

 CAROL CHADES

 

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