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domingo, 23 de dezembro de 2012

O Que Dizer às Meninas ?

 Sexta- feira à tarde em uma agência de publicidade perdida em um centro empresarial de um dos tantos shoppings da Cidade Maravilhosa. Uma pausa na correria do dia a dia me leva de volta  ao vício dos tempos  modernos: checar a caixa de e-mails. Nasci e cresci em tempos pré-internéticos  e hoje  não vivo sem banda larga. Eis que lá, no meio de infindáveis spams de compras coletivas e listas de discussão, estava o convite para escrever em uma revista. Um texto pop, com liberdade para escolher entre tantos assuntos que envolvem constantemente as ideias: músicas, filmes, a cena pop. E , quando já estava pensando no que escrever, cheguei à frase que mudaria tudo: a revista era voltada para o público feminino. Mais desafiador ainda, uma revista jovem. Gelei dos pés à cabeça. O que escrever para meninas? Como me comunicar com elas? Já passei dos 18 anos faz algum tempo. Bastante tempo, quase 18 anos, na verdade. Do alto  dos 35 sou, para elas, mais que um adulto, quase um velho. Coleciono alguns cabelos brancos, dores pelo corpo que nunca pensei em ter, menos fôlego e uma preguiça enorme de ir para a academia.
   Mas ainda me lembro bem como foi ter 18, 19, 20 ou 21 anos. Lembro do que fiz:o monte de besteiras que pensava serem coisas mais importantes da vida  e as verdades imutáveis  que acabaram  mudando  com o tempo. E lembro, sobretudo, das meninas  que habitavam meu pequeno mundo  recém- saído da adolescência. Aos 18 anos, você é um menino, tudo parece  mais difícil. As meninas  são lindas, todas elas. São inacessíveis. A arte da aproximação se torna  uma batalha de proporções inimagináveis. É imensa a dificuldade para conseguir atingir, ou mesmo arranhar, o grau de maturidade que a mulher tem e manter uma conversação saudável.
  Parecemos e somos uns bobões babões. Um bom dia , um cumprimento com um balançar de cabeça ou um sinal de contato faz desmoronar a recém adquirida ( e falsa) auto- suficiência do , agora , di maior.
 Você MENINA, bota medo e muito medo nos carinhas da sua faixa de idade. Por mais que tentemos disfarçar, parecer superiores, com músculos e penteados em dia, um simples NÃO  vindo de você mostra o quanto ainda falta para , enfim, batermos no peito e bradar em alto e bom som: eu sou um adulto. Dito isto, ofereço um conselho. Aproveite, menina. Use o poder que está em suas mãos. A magia presente em seus cabelos e sorrisos. O mundo, agora, não tem limites. Tudo é uma grande festa . E você  é a dona do convite que pode dar, a um moleque qualquer, a chance de fazer parte desse paraíso.
 
LUIS TAYLOR

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